Promover a comunicação entre sistemas e disponibilizar serviços on-line com o máximo de eficiência e praticidade se tornou uma necessidade para as empresas que querem se manter relevantes e competitivas no mercado.
Diante desse cenário, conhecer a relação entre SOAP x REST é uma importante iniciativa para o sucesso das integrações entre plataformas no seu ambiente digital.
As integrações por meio do uso de APIs ganharam espaço no mundo da tecnologia por permitirem às empresas a expansão de seus serviços. Com isso, elas podem expor suas funcionalidades de negócio internamente para outras áreas ou externamente, habilitando seu ecossistema de parcerias.
O SOAP e o REST fazem parte das abordagens disponíveis para implementar APIs de forma otimizada. Quer saber mais sobre esses protocolos? Neste post, conversamos com Marcelo Raveli, que atua na área Arquitetura de Soluções na Engineering, e nos conta como eles funcionam e as suas vantagens. Confira!
O que é SOAP e REST?
Em primeiro lugar, é necessário esclarecer que o SOAP e o REST são definidos como os protocolos de comunicação mais comuns da web. O Simple Object Access (SOAP Protocolo), que, em português, significa Protocolo Simples de Acesso a Objetos, funciona como um protocolo para padronizar a troca de mensagens estruturadas na internet.
A partir do SOAP as aplicações distribuídas podem se comunicar, independentemente da linguagem de programação utilizada. ‘’Esse protocolo se caracteriza por ter uma estrutura bem definida e ser mais seguro do que o REST, mas também é mais pesado e menos flexível’’, afirma Marcelo Raveli.
Por sua vez, o Representational State Transfer (REST), ou Transferência de Estado Representacional, em português, é um estilo arquitetônico para a distribuição de sistemas hipermídia na web.
O REST se baseia em requisições HTTP, permitindo que sistemas diferentes sejam interconectados de modo simples e eficiente. O recurso é conhecido pela sua simplicidade, leveza, capacidade de escalabilidade e de lidar com uma grande quantidade de dados.
Para que servem?
Os dois protocolos têm como finalidade permitir que as aplicações distribuídas se comuniquem entre si por meio da rede. Na prática, eles possibilitam que diferentes sistemas sejam integrados.
Geralmente, o SOAP e o REST são utilizados por aplicações que precisam acessar serviços externos, como serviços de Gestão de Relacionamento com o Cliente (CRM), mensageria e pagamento.
Graças a esses protocolos, as aplicações podem se comunicar com esses serviços, pois enviam rquisições e recebem respostas em formato estruturado. Além disso, o SOAP e o REST podem ser aplicados na criação de Interface de Programação de Aplicação (API), que são conjuntos de rotinas e padrões para acesso a sistemas de software ou serviços.
Quais são as diferenças entre SOAP x REST?
O REST é uma abordagem mais simples e flexível para a comunicação na web, enquanto o SOAP é um protocolo mais estruturado, porém, mais pesado. Ambas as abordagens têm seus próprios usos e aplicações, e a escolha entre elas dependerá das necessidades específicas de cada projeto. Entenda melhor as diferenças entre os dois conceitos.
Características
A escolha entre SOAP e REST depende da necessidade e do projeto realizado pela empresa. O SOAP pode ser utilizado para fornecer uma comunicação mais segura e confiável entre as aplicações, garantindo a integridade e a privacidade dos dados.
Ele pode ser usado, também, para prover uma integração de alta-fidelidade, que assegura que as aplicações compreendam e sigam rigorosamente um formato de mensagem específico.
‘’Permite que aplicações possam se comunicar, independentemente do tipo de plataforma ou ambientes em que estão hospedadas’’, informa Marcelo Raveli.
No REST, a ideia é proporcionar uma integração simples e fácil de usar, com requisitos estruturados em métodos HTTP comuns e recursos bem definidos. Ele também pode oferecer uma solução escalável e performática, com requisições que não carregam informações desnecessárias.
De acordo com o representante da Eng, o REST também tem como objetivo utilizar diferentes formatos de dados, como JSON e XML, sem que isso impacte a funcionalidade da integração.
Modelo síncrono ou assíncrono
O SOAP costuma ser implementado de forma síncrona, logo, uma aplicação que envia uma mensagem SOAP aguarda receber uma resposta antes de continuar o seu fluxo de execução. ‘’Assim, o modelo é mais adequado quando se espera uma resposta imediata e que seja crítica para o funcionamento da aplicação’’, diz Marcelo Raveli.
Já o REST pode ser implementado tanto na forma síncrona quanto assíncrona, considerando as necessidades de cada aplicação.
Como dito, no formato síncrono, a aplicação que envia uma requisição HTTP espera receber uma resposta antes de continuar a executar. No modelo assíncrono, a aplicação que envia a requisição não precisa esperar uma resposta para continuar a executar.
Flexibilidade
Quando o assunto é flexibilidade, o REST geralmente é considerado mais flexível do que o SOAP, pois não está limitado a um formato de mensagem específico e pode ser usado com diferentes tipos de protocolos da camada de transporte, como HTTP e HTTPS.
Outro fator relevante é que o REST não requer que as mensagens sejam estruturadas de uma determinada forma, o que significa que é possível usar qualquer formato de dados que seja conveniente, como XML, JSON ou, até mesmo, texto simples.
Escalabilidade
O REST é mais escalável do que o SOAP, pois ele não tem um overhead de mensagem significativo e pode ser implementado de forma assíncrona, o que significa que as aplicações podem enviar e receber mensagens sem esperar uma resposta imediata.
Complexidade
Ao compararmos o fator complexidade, o SOAP é mais complexo do que o REST, já que tem um conjunto de regras claras e bem definidas que deve ser seguido.
Além disso, ele oferece recursos adicionais para garantir a segurança e a integridade das mensagens, como assinaturas digitais e criptografia, que podem aumentar a complexidade da implementação.
No entanto, esse conjunto de normas também pode ser um ponto positivo, pois ele pode garantir a interoperabilidade entre aplicações distintas.
Segurança
Vale ressaltar que o fluxo de dados utilizado pelas aplicações web exige uma atenção especial para que eles sejam acessados apenas pelos usuários pertinentes, evitando ataques cibernéticos e vazamento de dados.
Tanto o SOAP quanto o REST oferecem opções para segurança, apesar de cada protocolo ter as suas próprias características e vantagens.
Projetado para ser seguro desde o início, o SOAP permite criar mensagens criptografadas e assinadas digitalmente, além de suportar diferentes mecanismos de segurança, como SSL/TLS para criptografia de canal.
Embora não tenha uma segurança integrada, o REST pode ser seguro quando combinado a outros mecanismos, como SSL/TLS para criptografia de canal. O REST é baseado em protocolos HTTP que já oferecem algumas opções de segurança, como autenticação básica e autenticação OAuth.
”Em resumo, o SOAP oferece uma segurança integrada e mais robusta, enquanto o REST permite a combinação com outros mecanismos para obter segurança. No entanto, a segurança final depende da implementação e configuração correta de ambos os protocolos”, acrescenta Marcelo Raveli.
Como escolher entre SOAP e REST?
Para escolher entre SOAP e REST é preciso avaliar uma série de fatores, sendo que a sua decisão deve se basear nas necessidades específicas de sua aplicação.
Em termos de complexidade, por exemplo, o SOAP é mais complexo que o REST, pois tem regras para a estruturação de mensagens que devem ser seguidas rigorosamente. O REST é mais simples e flexível, trazendo uma variedade de opções para a estruturação das mensagens.
Avalie a segurança, tendo em vista que o SOAP tem mais recursos de segurança, enquanto o REST é mais leve e flexível. Contudo, a segurança pode ser implementada nos dois protocolos.
”Verifique se a tecnologia que será integrada é compatível com o protocolo a ser escolhido’’, acrescenta o expert da Engineering.
O desempenho final do SOAP x REST depende de muitos fatores, incluindo principalmente a infraestrutura e a implementação. É importante avaliar cada um desses fatores antes de decidir qual tecnologia usar. Com as diferenças apresentadas aqui, você poderá tomar uma decisão mais adequada para as suas demandas, operações e objetivos.
Quer ganhar praticidade na integração de sistemas? Entre em contato com a Engineering e conheça as nossas soluções!