Os silos de dados são formas de armazenamento comuns em empresas de diferentes tipos e portes. Correspondem a uma maneira de organização que pode até ser saudável, contudo, facilmente desemboca para algo que é prejudicial — o cenário mais recorrente atualmente.
É preciso entender os limites e o que transforma algo comum em algo ruim. Nesse sentido, a empresa deve saber como quebrar os silos e torná-los efetivos para ajudar na tomada de decisão, ao mesmo tempo em que se obtém suporte para a conformidade com leis como a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados). Entenda melhor o assunto!
O que são silos de dados?
Os silos de dados são uma forma de estocagem de informações em uma empresa. É comum que hoje utilizemos uma série de programas para gerar dados em cada departamento. Naturalmente, essas aplicações são fechadas e voltadas, especialmente, para os interesses daquele departamento em questão.
Isso até tem uma razão: especializar os dados, oferecer mais contexto e ajudar nas decisões de cada setor. Também é uma forma de garantir o cuidado com a proteção deles ao assegurar o controle de acesso.
Os silos permitem que apenas autorizados tenham visibilidade sobre os dados referentes ao seu departamento. Isso representa um compromisso maior com a segurança em certo nível — mesmo que não livre de problemas mais profundos, como veremos.
Em suma, podemos definir essa estratégia de usar silos como o uso de estruturas de armazenamento que não se comunicam entre si. O objetivo não é estabelecer essa comunicação constante, e sim focar em especialização.
Se você tem sistemas como CRM, sistemas de logística, sistemas financeiros e aplicações menores, é normal ter essa visão nas empresas. Essa divisão também reflete a cultura e a forma como a companhia se organiza em termos de estrutura.
Naturalmente, uma empresa que tenta horizontalizar um pouco mais a gestão terá dificuldades com os silos. Por outro lado, em uma visão tradicional, de profissionais que cooperam quase exclusivamente com pessoas do seu time apenas, eles até podem ajudar.
Quais são os problemas que os silos de dados causam?
Um cenário comum na modernidade: muitos dados são gerados, em alta velocidade, em formatos distintos. É muita complexidade para gerenciar, com mudanças profundas em pouco tempo. Trata-se do Big Data.
Diante disso, surge o desafio de lidar com os silos. Afinal, eles representam massas de dados descentralizadas que não se comunicam, então não ajudam tanto na análise para tomada de decisão.
Geram, portanto, grandes conjuntos de dados inúteis, um verdadeiro pântano de dados em má qualidade, sem valor. Os dados não podem ser correlacionados para identificação de padrões, por exemplo, pois cada setor não tem visibilidade sobre outros.
Os silos impõem essa barreira por uma questão de política de segurança e confidencialidade, como vimos. Então, não é tão fácil lidar com isso.
Logo, naturalmente, quando as empresas se modernizam, os silos deixam de ser vantajosos. Os problemas se tornam maiores do que os possíveis benefícios. Veremos melhor a seguir.
Falta de compartilhamento de dados
Um deles é justamente a falta de compartilhamento de dados. Empresas disruptivas e modernas precisam trabalhar em conjunto, com times que cooperam mais entre si. Se os dados estão em silos, cada time só tem uma visão restrita e não consegue maior contexto para reforçar a visão.
Assim, você tem o problema de ter informações divergentes em departamentos distintos, o que gera erros e retrabalho, afetando toda a produtividade.
Desperdícios de recursos
Gerar muitos dados é algo recorrente. Porém, nem todas as empresas conseguem aproveitar para analisar esses dados, a fim de transformá-los em insights para a tomada de decisão. Isso porque esse tipo de análise requer união dos dados para coleta, organização dos dados para criação de esquemas e mais.
Nesse sentido, até podem existir estruturas de análise, mas que não operam corretamente. Então, há um desperdício de recursos valiosos.
Prejuízos à comunicação
O problema de compartilhamento também gera um ruído de comunicação. Quando é preciso trabalhar junto, mas os dados estão em silos, as equipes dificilmente encontram uma base comum para dialogar. Essa dificuldade também gera entraves operacionais, retrabalho e problemas sérios na produtividade.
Problemas interpessoais
Como foi falado, o cuidado com os silos e a possível necessidade de demolição estão associados com a cultura. Se a empresa ainda mantém muitos silos, ela naturalmente pretende continuar com essa cultura verticalizada, sem comunicação entre departamentos.
Isso, no geral, gera times muito distantes, que não dialogam e não trabalham em uníssono. Assim, os próprios colaboradores não se engajam com os outros e são obrigados a interagir menos no ambiente corporativo.
Redução da credibilidade
Silos de dados podem representar descontrole da empresa sobre os dados valiosos e importantes armazenados. Nesse sentido, é um forte ataque à credibilidade da empresa e à imagem. Problemas de segurança levam, naturalmente, a indenizações, a multas e a uma reputação prejudicada, afetada por eventos de crimes e ataques.
Desacordo com a LGPD
Outro ponto é o desacordo com a LGPD. Silos geram uma situação de descontrole que facilita a não conformidade com a lei de proteção de dados. Isso porque há menos visibilidade, menos facilidade de gestão, menos controle do ciclo de vida etc.
Se mais dados estão desorganizados, sem a possibilidade de uso para análise, a empresa perde o controle. Esse problema também representa mais custos, mais brechas de segurança e suscetibilidade a ataques virtuais.
O que é necessário para quebrar os silos de dados?
Para quebrar os silos, as empresas devem investir em integração. Uma das possibilidades é o uso de sistemas de análise de dados focados nessa coordenação conjunta. A harmonização das informações permite coletar dados de várias fontes e setores, de modo a estabelecer um diálogo entre os silos e remover os ruídos.
Nesse sentido, a empresa opta por aplicações de análise, como um Business Intelligence, ou de integração, como um ERP. O objetivo é ter módulos que conversam entre si, com automação para sincronizar as informações em diferentes partes.
Esses sistemas devem ter a possibilidade de controlar a visibilidade também — sendo que o controle de acesso precisa ser mais aberto, mais flexível. Dessa forma, pode-se obter as melhorias na comunicação e na colaboração.
Além de pensar a infraestrutura e a equipe, é fundamental também pensar na cultura. Para demolir os silos, a cultura deve ser revisada e ajustada para uma versão mais moderna, em que os colaboradores estão constantemente em contato com os outros.
Uma vez que a decisão é descentralizada, com a visão unificada, é possível então diminuir os ruídos e assegurar que a empresa funcione como uma (e não várias subempresas). Assim, os mesmos objetivos e mais eficiência são garantidos.
Como vimos, os silos de dados representam um desafio para as empresas que desejam se modernizar em tempos de transformação digital. Por isso, é imprescindível entender como integrar e unificar as bases.
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