As máquinas estão cada vez mais próximas das habilidades humanas. Depois da inteligência artificial, que simula o cérebro humano, a novidade é a visão computacional (VC), que processa imagens do mundo real e funciona de forma semelhante aos nossos olhos. A tecnologia promete revolucionar o mercado e já tem sido empregada nos processos de qualidade e segurança das empresas.
Você já se imaginou indo para o trabalho em um carro autônomo, ou seja, que se locomove sem motorista? Essa é mais uma possibilidade impulsionada pela visão computacional, pois é graças a ela que o automóvel consegue reconhecer e respeitar as sinalizações de trânsito.
A curiosidade bateu aí e ficou, não foi? Então, confira tudo o que você precisa saber sobre o conceito que já está entre nós!
O que é visão computacional?
A visão computacional é um dos campos da inteligência artificial e se caracteriza por replicar as funções dos olhos humanos. Para tanto, utiliza softwares e hardwares de última geração, que juntos são capazes de reconstruir, interromper e compreender uma imagem 3D por meio de imagens 2D, levando em consideração as propriedades da cena observada.
Com a nossa visão, podemos facilmente identificar os detalhes dos objetos que estão ao nosso redor. Porém, o processamento de imagem feito por humanos requer mais tempo e atenção, o que reduz a agilidade no ambiente de trabalho. Já a VC consegue extrair, analisar e compreender informações detalhadas de forma rápida, analisando uma imagem única ou por sequência.
A ferramenta também aumenta a quantidade e a qualidade de dados coletados, como diâmetro do objeto, volume e temperatura — informações que não são observadas por meio da visão humana. Na prática, isso significa que você tem acesso a diversos dados, com maior precisão.
Vale ressaltar que, apesar de se parecer com a visão de máquina, frequentemente empregada na indústria 4.0 e que possibilita aos equipamentos observar e interpretar ambientes para garantir a alta eficiência, a visão computacional se diferencia por abranger percepções tal como o cérebro humano.
Quais são os seus objetivos?
Pode-se dizer que a finalidade principal da visão computacional é desenvolver teoria e tecnologia para proporcionar a construção de sistemas artificiais com a habilidade de coletar e analisar informações de qualquer tipo de imagem, incluindo traços humanos.
Portanto, a VC processa imagens do mundo real a partir do uso do computador, dando à máquina capacidade de interpretar informações visuais. Por conta disso, ela pode ser utilizada para executar tarefas em diferentes setores empresariais, com o intuito de efetuar análises sistemáticas de grandes quantidades de dados.
Isso acontece em seis etapas:
- aquisição de imagens: capta a imagem por meio de câmeras;
- restauração e realce: adéqua e otimiza os dados visuais adquiridos, podendo retirar ruídos, aplicar filtros e usar a rotação de imagem;
- segmentação: isola características de objetos a serem analisados posteriormente;
- extração de atributos ou características: obtém dados relevantes das regiões ou dos objetos destacados;
- classificação e reconhecimento: diferencia os objetos identificados na imagem e agrupa os parâmetros conforme as regiões de pixels detectadas;
- decisão: interpreta as informações analisadas e, a partir daí, determina qual procedimento deve ser realizado.
Uma vez que um padrão é reconhecido, a máquina com visão computacional pode iniciar ações automaticamente, cumprindo a sequência exigida para a conclusão da atividade. Em se tratando do carro autônomo, por exemplo, a tecnologia processa os sinais de trânsito e emite comandos para que o automóvel pare ou prossiga.
Em quais áreas a visão computacional pode ser aplicada?
De acordo com um estudo da Grand View Research, o mercado da visão computacional deve crescer 7,6% entre 2020 e 2027. Isso porque a tecnologia é bastante democrática, já que pode ser aplicada em várias áreas, para as mais diversas finalidades. Veja em quais segmentos a novidade já está bombando.
Varejo
O controle das atividades de varejo é essencial para assegurar o bom andamento das operações e do atendimento ao público. Com a VC, é possível monitorar o tempo de espera dos clientes nas filas, mapear zonas de calor e checar as áreas que apresentam pouca movimentação.
Além disso, a tecnologia conta a quantidade de pessoas dentro do estabelecimento para evitar a superlotação e verifica o nível de abastecimento do estoque, apontando a necessidade de reposição de mercadorias.
Indústria
A indústria é um dos setores que mais usufrui da visão computacional, pois pode criar uma série de produtos com essa tecnologia, como o carro autônomo e demais máquinas capazes de escanear e interpretar imagens reais.
O conceito também beneficia os processos industriais. Por exemplo, inspeção de qualidade realizada por câmera com o objetivo de detectar falhas de produção, contagem de matéria-prima e itens finalizados e disponíveis na linha de produção, gestão e manutenção de ativos, além da identificação de comportamentos fraudulentos.
Saúde
A implementação da VC na área da saúde contribui para procedimentos cada vez mais avançados. Entre eles, estão a detecção de doenças com base no reconhecimento de imagens, a aferição da temperatura corpórea por câmeras de monitoramento, bem como a realização de cirurgias mais rápidas e seguras.
Em tempos de pandemia, a ferramenta ainda pode ser usada para verificar se as pessoas estão usando máscara dentro de um estabelecimento e, assim, reduzir as chances de contaminação.
Segurança
O monitoramento dos espaços é uma iniciativa indispensável para torná-los mais seguros. Nesse sentido, as máquinas com VC podem desde identificar princípios de alagamentos e incêndios até apontar se alguma pessoa no recinto está usando um objeto proibido no local, para em seguida desencadear uma ação preventiva.
Quais são as suas principais vantagens e limitações?
Pelos inúmeros benefícios que a visão computacional oferece, a sua popularização é só uma questão de tempo. Na indústria, essa tecnologia pode reduzir custos e melhorar a qualidade dos processos operacionais e, consequentemente, dos produtos finais.
Afinal de contas, ela atua na identificação de padrões equivocados e falhas que o olho humano não consegue perceber. Com isso, a empresa também melhora a sua tomada de decisão, visto que tem a oportunidade de se antecipar a eventuais problemas, evitando transtornos e gastos maiores.
Todavia, alguns pontos ainda requerem atenção especial. O processamento de imagem em vídeo, por exemplo, em tempo real e com baixo período de intervalo no ambiente cloud fica a desejar, pois a maioria dos cenários só é viável com a adoção da edge computing.
Outra questão é o fato de as aplicações de visão computacional necessitarem de muito hardware, de modo que eleva os custos da tecnologia. Em termos de escala, a VC também enfrenta desafios, já que existe uma dificuldade maior quanto ao desenvolvimento e à ampliação de soluções próprias.
A visão computacional é uma poderosa ferramenta para aperfeiçoar o controle visual e, assim, trazer mais precisão, segurança e qualidade para os processos da sua empresa. Para isso, é preciso recorrer aos aplicativos equipados com essa tecnologia e contar com o suporte de equipes especializadas no assunto, que possam identificar a sua necessidade de adaptação e direcionar os processos de implementação.
Se você gostou deste post, vai adorar a nossa próxima indicação de leitura. Pegue o seu café e entenda como funciona a Internet das Coisas!