Do dispositivo que toca música a partir do comando da nossa voz aos aplicativos de banco, a Inteligência Artificial (IA) está cada vez mais presente em nosso cotidiano. Junto com os benefícios proporcionados para usuários comuns e empresas, essa tecnologia também traz questionamentos sobre a relação entre ética e Inteligência Artificial, o que se deve ao grande volume de informações acessadas por ela.
Assim como qualquer outra ferramenta tecnológica que envolva dados, a IA não pode ser utilizada de forma indiscriminada. Do contrário, pode deixar a sua empresa exposta ao vazamento de dados ou ao uso inadequado de informações e, consequentemente, à aplicação de penalidades jurídicas.
Quer saber mais sobre esse assunto tão importante? Neste post, conversamos com Alexandre Penazzo, Head of Data Architecture da Engineering, que esclarece a relação entre esses dois conceitos. Vem com a gente para tirar as suas dúvidas!
O que é ética?
Derivado do grego, o termo ética quer dizer ‘’comportamento’’, ‘’hábito’’. No mundo moderno, ela é entendida como um conjunto de princípios morais que regem o comportamento de indivíduos ou grupos sociais.
Com a transformação digital, também surgiu o conceito de ética no mundo online, que consiste em garantir a segurança, a dignidade e a privacidade das pessoas no ambiente virtual, levando em consideração os valores morais e as legislações vigentes.
O que é Inteligência Artificial?
A IA é definida com sistemas ou máquinas capazes de simular o raciocínio humano, conseguindo executar tarefas que antes só poderiam ser realizadas por pessoas. Além disso, ela também se caracteriza por se aprimorar continuamente, conforme vai coletando novas informações.
A popularização da IA é imprescindível para a automatização de tarefas, ganho de agilidade em operações industriais e melhora da qualidade na entrega de produtos.
Qual a importância da ética na IA?
O crescente uso da Inteligência Artificial na vida pessoal e nas empresas acende um importante questionamento: até onde os nossos dados e informações podem ser armazenados, analisados, compartilhados, vendidos ou mesmo manipulados com sugestões para nos influenciar?
A exposição de dados pessoais pode colocar em risco a segurança dos usuários das ferramentas IA. Diante disso, no mundo todo, estão sendo adotadas leis que visam à proteção de informações sensíveis que possam ser utilizadas a seu favor ou contra você. Um exemplo disso é a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), que entrou em vigor no Brasil em 2020.
‘’A utilização e as definições sobre a ética são muito importantes para que você não seja sugestionado a realizar compras, escolher produtos e mesmo ser influenciado a tomar decisões sobre o que ou não deve ser feito’’, pontua o Head of Data Architecture da Eng.
Por que a ética e a Inteligência Artificial devem andar juntas?
Embora seja altamente benéfica para a sociedade como um todo, a adoção de ferramentas IA pode causar uma série de problemas se utilizada de forma inadequada, como roubo de dados e fraudes.
Um dos principais pilares da ética digital é permitir e criar mecanismos para que não haja demissão em massa em muitos setores, e sim uma forma de treinar e capacitar as pessoas nesses novos mercados que surgirão e, sem dúvida, necessitarão de trabalho capacitado.
Pensando em dados, os sistemas de IA têm se mostrado muito eficientes principalmente em trabalhos repetitivos, na validação e no reconhecimento de padrões e tendências.
‘’Essas atividades são estressantes para os humanos e demoradas. Ao mesmo tempo, observo um movimento de grandes companhias de tecnologia criando treinamentos online gratuitos para que as pessoas entendam e se adaptem a essa realidade’’, destaca Alexandre Penazzo.
Como a ética impacta o uso da IA nas empresas?
Uma vez que se aperfeiçoam sozinhas, a falta de controle e de ética pode fazer com que as ferramentas IA cometam erros gravíssimos. Por outro lado, o uso da ética para guiar essa tecnologia traz impactos positivos para as empresas. Vejas quais são eles.
Mais responsabilidade no trabalho com IA
Em 2016, a Microsoft liberou o aprendizado de máquina utilizando como fonte de dados e plataforma o Twitter. Porém, em menos de 24 horas, o robô se tornou racista. O caso se tornou famoso e gerou um grande alerta sobre como devemos nos preocupar em manter os sistemas treinados e atualizados com boas fontes de dados.
A adoção de tecnologias disruptivas, como a IA, preocupa porque a maioria dos algoritmos de Machine Learning são construídos para realizar tomadas de decisões de forma independente. Segundo Alexandre Penazzo, para que isso seja justo, é necessário que o código e a base de dados utilizada para o seu treinamento tenham critérios e objetivos bem definidos.
Com as curadorias feitas por pessoas para validar se as informações são realmente as esperadas e se os códigos estão executando de modo correto, a criação de mecanismos de alertas e notificações de desvios de comportamento e a acurácia das tomadas de decisão, aumenta-se a responsabilidade dos serviços baseados em sistemas com IA.
Ganho de transparência em projetos
Quando falamos em transparência em projetos que utilizam IA, é necessário ter em mente que tudo começa nas fontes de dados, que normalmente são descentralizadas e, muitas vezes, são reflexos de sistemas antigos, planilhas eletrônicas, fotos, mensagens instantâneas e vídeos.
Em se tratando de provedores de ferramentas em IA, é preciso ter muita cautela para estabelecer normatizações, extrair dados e detectar problemas sem expor dados sensíveis pertencentes a clientes ou colaboradores.
‘’Para isso, existem técnicas específicas. Uma delas é o Data Loss Prevention (DLP), que se caracteriza como um conjunto de ferramentas e processos que evitam a perda, o mal uso ou o acesso não autorizado de dados confidenciais”, informa o representante da Eng.
Redução de riscos
Mitigar erros é uma ação imprescindível em todos os projetos computacionais, principalmente naqueles que utilizam o processo de tomada de decisão. A aplicação de DLP no uso e na manipulação dos dados aumenta a segurança dos negócios.
O software DLP atua na classificação de dados regulamentados, confidenciais e críticos para as organizações, reconhecendo eventuais violações de políticas estabelecidas pelo negócio ou que fazem parte de um pacote de políticas predefinido, o que é comumente acelerado pela conformidade regulatória.
Ao detectar uma violação, o DLP envia alertas para a correção de erros e reforça a segurança e a criptografia, além de iniciar ações de proteção que evitam que os usuários finais compartilhem os dados de forma equivocada e acabem expondo a empresa a ameaças externas.
‘’O DLP também gera relatórios que atendem aos critérios de conformidade e auditoria, o que permite à empresa identificar áreas vulneráveis e com anomalias que devem analisadas. Dessa forma, podemos garantir uma segurança automatizada ao processo de proteção e uma redução de riscos aos projetos computacionais’’, completa Alexandro Penazzo.
Melhoria na confiança do cliente
A transparência também aumenta a confiança dos clientes nas empresas que utilizam essa tecnologia. Quando as empresas demonstram um compromisso com a ética e a responsabilidade, os clientes se sentem mais seguros ao compartilhar seus dados e utilizar os serviços oferecidos. A confiança do cliente é fundamental para a reputação da empresa e pode ser um diferencial competitivo no mercado.
Promoção da inovação responsável
A ética no uso da IA incentiva a inovação responsável, na qual o foco não está apenas em criar tecnologias avançadas, mas em garantir que essas tecnologias sejam benéficas para a sociedade como um todo. Isso inclui considerar os impactos sociais, econômicos e ambientais das inovações, promovendo um desenvolvimento tecnológico que respeite os direitos humanos e a dignidade.
Conformidade com regulamentações e leis
Mais do que nunca as empresas precisam estar dentro das leis relacionadas à proteção de dados, privacidade e discriminação. A conformidade com essas normas evita penalidades legais e reforça o compromisso da empresa com práticas justas e transparentes. Isso é especialmente importante à medida que as regulamentações sobre o uso de IA e dados continuam a evoluir globalmente.
Quais são os problemas do uso de IA sem ética?
A falta de ética na adoção de produtos para tomadas de decisão pode acarretar inúmeros problemas com grandes consequências. Recentemente, veio a público que o Facebook compartilhou dados de seus usuários para Amazon, Google e Spotify, o que gerou prejuízos imediatos para a organização, que viu o valor de suas ações despencar.
Uma empresa que se utiliza de dados para acelerar seu negócio não é antiética, e sim estratégica. Contudo, utilizar dados para influenciar, tendenciar e mesmo manipular informações, sem dúvidas, traz consequências sérias para a empresa e seus clientes externos ou internos. À medida que as regulamentações sobre proteção de dados e uso de IA se tornam mais rigorosas em todo o mundo, as empresas que não aderirem às práticas éticas podem enfrentar multas pesadas e outras sanções.
Uma organização que trabalha com ética e Inteligência Artificial respeita os dados sensíveis, preservando a segurança das informações pessoais tratadas em suas operações, o que transmite maior credibilidade ao mercado e aos clientes. Portanto, uma postura ética quanto ao uso de IA ajuda os negócios a se adaptarem à transformação digital e a crescerem de forma responsável.Quer implementar ferramentas inteligentes na sua empresa de forma segura? Entre em contato com a Engineering e conheça as nossas soluções IA!